domingo, 15 de abril de 2012

Notícia: Futebol

Piermario Morosini. 25 anos. Jogador de futebol.
Aos quinze anos participa da seleção sub-17 italiana. Meio campo. Categorias de base da Udinese. Sua mãe falece no mesmo ano.
Dois anos depois tem a chance de se tornar profissional. Continua nas seleções de base italianas. Seu pai morre. Pouco depois seu irmão. Sua estreia é adiada.
Em 2005, aos dezenove, estreia como profissional pela Udinese. Só joga cinco jogos pela equipe. Não marca gols. Não se destaca. É emprestado pela equipe ao Bologna, time da série B italiana.
Os empréstimos ficam constantes. Não se firma. Não vai para a seleção principal italiana.
Não fica muito tempo em nenhum clube. Passa por seis até 2012. Em Janeiro chega ao seu novo destino, o Livorno, time que sonha com os anos de glória que já teve. Agora, série B.
Seguiu seu sonho. Nada deu certo. Mas ainda sonha.
Em Março aumenta a carga de treinos. Muda a dieta. Espera conseguir resultado.
Começa Abril. No dia 13 o Livorno se prepara para um jogo contra o Pescara. Ocupa somente a décima sexta colocação na tabela da série B. Trigésima terceira rodada. Livorno tem que ganhar para garantir a permanência na série B.
Vinte e cinco minutos de jogo. Livorno vence por dois à zero. Piermario joga.
Trinta e um minutos. Livorno no ataque. Piermario tropeça. Levanta. Tropeça. Levanta. Tropeça e já não levanta mais. O jogo pára. A respiração pára. O coração pára. Médicos tentam reanimá-lo. Em vão. A ambulância não consegue entrar no estádio. Um carro de polícia bloqueia a passagem. O policial provavelmente assiste o jogo. Quebram o vidro, soltam o freio de mão e empurram o carro. Dez minutos depois de o mundo parar a ambulância entra. Piermario é colocado lá dentro com vida. Tem três paradas até chegar ao hospital. Chega morto.
Não deixa filhos. Só o que lhe resta da família é a irmã. É cruel dizer que esta não sentirá sua falta. Verterá suas lágrimas e enterrará o irmão, mas já não o via há anos e não o conhecia bem. Não, não sentirá falta por muito tempo.
Em uma semana, talvez um mês, seu nome estará esquecido. Sua história então já não é conhecida. Os torcedores lamentam o adiamento da rodada.

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