terça-feira, 23 de abril de 2013

Texto: Ainda não

Nosso amor é diferente
Amo-te, odeio-te, simultaneamente
E por incrível que pareça, paradoxalmente
Meu coração sabe muito bem o que sente

Olha, meu amor, nosso amor é complicado
Tem quem olhe de longe e jure que está errado
Mas eu tenho a certeza de não estar equivocado
Quando fecho os meus olhos e te vejo ao meu lado

Sabe, meu amor, com você eu sou feliz
Muda toda a minha vida, o que faço, farei, já fiz
Já não há a menor dúvida, foi você que eu sempre quis
Pois antes de você, lembro de uma vida gris

Acredite, amor, nosso amor é moderno
E mesmo acabado, há de ser eterno
Pois eu, sem você, vivo sempre inverno
E sequer tenho certeza de que meu mundo governo

Desculpe, amor, nosso amor acabou
E sem você já nem sei quem eu sou
Sigo perdido, sem saber onde vou
Pensando na vida que você me privou

Não te esqueci ainda
Pois que o meu amor não finda
Não te esqueci ainda,
Minha garota linda

Ainda não.
Ainda não.

sábado, 20 de abril de 2013

Texto: Quebra-cabeça (Dois ou um)

Ei. Oi. Posso te contar um segredo? Saudades. Já? Sempre. Passa. Nunca. Por quê? Estupidez. Mentira. Não só. Também. Relaxa. Confia. Senta. Fala. Chora. Ouve. Sente. Sente. Sente. Sente. Sabe, nada... Fala. Nada. Fala. Por quê? Só fala! Falo. Sabe, acabou. Eu sei. Eu também. Você é eu. Eu também. Não, sério. Sério? Sério. Somos a mesma pessoa. Eu. Você. Nós. Um e um. Um.
Um em dois um? Um. Sempre? Sempre. Mesmo? Mesmo. Sabe, já fui um antes. Sei. Doeu. Eu sei. Sabe. Sei. Sabemos. Sei. Um e um um. Sempre. Oi. Ei. Sabe? Sei. Como? Sou você. Somos um. Sempre. Para sempre. Como sempre. Pra sempre. Pra sempre. E agora? Continua. Tudo bem. Para sempre. E a distância? Para sempre. E o medo? Para sempre. E o choro? Pára agora! Acabou. Por quê? É mesmo. Você. Não. Foda-se. Bosta. Merda. Porra. Filha da puta. Pára. Por quê? Por mim. Paro. Perdão. Mas sempre. Somos um. Um e um um. Dois em um. Um. Sou um. Sou um. Sou dois em um e um eu um. Sabe? Sei. Sempre. Nóis. Cara. Só não. Tá. Não to entendendo. Então monta. Tá. Eu tento. Separa as peças de ponta. Pára. Desculpa. PÁRA! Por quê? Tá me machucando. Eu sei. Você já sabia? Sempre. Como? Somos um. Mesmo. É. Sempre. Então... Aguenta? Aguento. Desiste? Jamais. Certeza? Já não. Ei. Oi. Um e um. Dois. Não. Quatro. Não. Três. Duas metades. Um inteiro. Não. Quatro. Ou três? Não sei. Ei. Oi. Sabe? Não. Então deixa. Cansei.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Texto: Conversa Vazia

Oi.
Oi.
Tudo bem?
Tudo.
Você sumiu...
Sumi.
Você falou que não ia.
Falei.
Você falou que éramos irmãos.
Fomos.
Você falou que me amava.
Amo.
Você falou que sentiria a minha falta.
Sinto.
Você falou que chorava.
Chorei.
E?
E o quê?
E então?
Então foi.
Mas passou?
Não.
Você me odeia?
Um pouco.
E por quê?
Por ter precisado de você.
Mas eu não estive lá?
De certo modo.
Eu tentei...
Por um tempo.
Você é difícil.
Impossível.
Tenho tanto pra te contar.
(silêncio)
E você, como está?
Bem, já falei.
Novidades?
Não, só o de sempre.
Já nem sei o que é...
Nem eu.
Bom, tenho que ir.
É bom.
Por quê?
Não, digo, ter o que fazer, para onde ir.
Ah.
(nada)
A gente se vê?
Duvido um pouco.
Vamos marcar alguma coisa!
Vamos, vamos.
Me liga depois?
Sim.
(offline)
Acho que eu não tenho mais o seu número. Não espere a ligação.
(silêncio óbvio)
Foi erro meu. Até mais.

computadores desligados, laços cortados.